quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nota da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental sobre o caso da falsa psicóloga do RJ que dizia atender autistas com "método ABA"


Nota de esclarecimento sobre a falsa psicóloga Beatriz Cunha

A ABPMC, Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental é uma associação científica, sem fins lucrativos, com o objetivo de congregar estudantes, profissionais e pesquisadores interessados no desenvolvimento científico e tecnológico da Análise do Comportamento no Brasil. Atendendo a solicitações da imprensa e de nossos associados, informamos que o nome de BEATRIZ CUNHA não consta em nossos registros como sócia da ABPMC.


A  Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC) vem a público informar que os fatos recentes envolvendo a denominada “falsa psicóloga” Beatriz Cunha e seus métodos de trabalho não têm nenhuma relação ou semelhança com o que denominamos “ABA”, ou Análise do Comportamento Aplicada. Mais precisamente falando, informamos que a expressão “Método ABA”, usada pela mídia para se referir ao trabalho da pessoa em questão, é uma expressão totalmente equivocada , pois não existe um método ABA propriamente dito . Existe uma ciência , denominada Análise do Comportamento, derivada do Behaviorismo. Tal ciência deu origem a eficazes aplicações, seja com autistas, seja com o ser humano, em geral. Para aplicar tal ciência, no Brasil, no contexto clínico, a comunidade acadêmico-científica requer que o profissional seja graduado e tenha uma formação complementar especializada em análise do comportamento. E de acordo com os conhecimentos produzidos por esta ciência, toda e qualquer uso de punição ou métodos coercitivos deve ser totalmente proibitivo, não apenas pelas óbvias questões éticas envolvidas, mas pelos resultados de pesquisa com infra- humanos que demonstram os claros prejuízos da coerção para o ensino.
Sendo assim, reiteramos que o caso veiculado nada tem a ver com a prática analítico – comportamental, que é mundialmente aceita, cientificamente fundamentada e indicada por inúmeras leis e institutos de pesquisa nos EUA e no Brasil para crianças autistas e outras populações, em geral.
Para ser aplicada, no Brasil, é necessário ter um educação continuada para acompanhar os constantes avanços desta abordagem , que já beneficiou e beneficia milhares de crianças e famílias em todo o mundo.
Diretoria da ABPMC

Maria Martha Costa Hübner
Presidente da ABPMC
biênio 2010/2011



FONTE: http://www.abpmc.org.br/noticia18.html